Biomarcadores para a Doença de Alzheimer
Biomarcadores Sanguíneos para a Doença de Alzheimer
Outra linha de pesquisa do LABEN é a de biomarcadores para a Doença de Alzheimer (DA). A DA destaca-se como uma das principais causas de demência em idosos (Lichtenthaler, 2011), representando o maior número de ocorrências entre os casos diagnosticados, além de ser identificada para o futuro próximo como um expressivo problema de saúde pública. A DA é uma doença crônica não transmissível, neurodegenerativa e progressiva, caracterizada pela deterioração das funções cognitivas e da memória, prejuízo das atividades de vida diária, e uma série de sintomas neuropsiquiátricos e distúrbios comportamentais (Bottino, 2006; Tang, 2008). Segundo Irvine et al. (2008), a idade é um relevante fator de risco visto que esta doença afeta aproximadamente de 5 a 10% da população com idade de 65 anos e 50% daqueles acima de 85 anos. A DA é uma patologia cerebral e não decorrente do envelhecimento normal do indivíduo, sendo sua causa assim como sua cura, ainda desconhecidas. A DA tem grande impacto sobre as despesas de saúde, morbidade e mortalidade, impondo enormes custos ao setor assistencial de saúde e aos familiares destes pacientes. A maioria dos casos somente é identificada nos estágios mais avançados quando as opções de tratamento são restritas. Isso decorre da ideia errônea, globalmente difundida, de que a demência é uma consequência normal e inevitável do envelhecimento. Desse modo, a doença não é detectada precocemente e com isso dificulta o diagnóstico e os tratamentos adequados (Jorissen, et al., 2010).
Segundo Mckhann (2011), menos de 50% dos pacientes demenciados recebem um diagnóstico adequado e formal e o número daqueles que fazem uso das medicações corretamente é ainda menor. Portanto, há uma grande necessidade na área de tratamentos específicos para a DA os quais requerem um diagnóstico preciso e, sobretudo, extremamente baseado na compreensão da fisiopatologia da doença (Lichtenthaler, 2011). Atualmente, neste contexto insere-se a relação dos biomarcadores moleculares que apresentam associação direta ou indireta com a patogênese da DA. Um biomarcador para DA deve idealmente ter algumas características. Ele deve detectar um marco fundamental da neuropatologia da doença, com resultados que podem ser validados em casos neurologicamente confirmados. Teve ter sensibilidade maior de 85% e especificidade maior de 75%, deve ser preciso, confiável, de baixo custo, conveniente e com baixo risco para os pacientes. Entretanto, até mesmo aqueles que preenchem parcialmente esses critérios ajudariam tanto na predição de diagnósticos de DA a partir de apresentações de CCL, assim como para monitorar a eficácia de terapias na modificação da doença (Tang, 2008). Os desafios para a construção do diagnóstico da DA são grandes e a associação de novos biomarcadores aos métodos já existentes se faz necessária. Marcadores biológicos sanguíneos se destacam, pois além de sua contribuição para o diagnóstico precoce e preciso da DA, possuem reduzido custo e método de obtenção menos invasivo, situações estas opostas aos procedimentos atualmente empregados.